• O português Paulo Marques, vereador em Aulnay-sous-Bois, arredores de Paris e um dos locais mais atingidos pelos confrontos, está terça-feira em Lisboa para analisar com as autoridades nacionais a activação da célula de crise nos consulados em França.
    "Vou estar no Ministério dos Negócios Estrangeiros para saber porque foram activadas estas células de crise para acolher portugueses que estão com problemas", explicou o vereador à Agência Lusa.
    Para Paulo Marques, essa foi uma medida "que não se justificava porque as autoridades francesas já estão a trabalhar no terreno e, no caso de Aulnay-sous-Bois, a célula de crise da câmara municipal tem acompanhamento para a população".
    "Além disso, os 220 portugueses ou luso-descendentes eleitos em França começam a ser encarados pelas autoridades como se a activação dessas células tivesse partido deles. Como se fossem eles que se sentissem inseguros e precisassem de Portugal para ter um auxílio especial", disse.
    Paulo Marques considera que os "luso-descendentes já têm dificuldades em mostrar o seu potencial e este incidente vem ainda colocar dúvidas aos autarcas".
    O vereador português disse também que "as divulgadas células de crise não estão a funcionar porque alguns portugueses telefonaram para os consulados durante o fim-de-semana e ninguém atendeu".
    Paulo Marques reafirmou ainda que "não tem conhecimentos de portugueses envolvidos nos confrontos em Aulnay-sous-Bois", mas diz que alguns sofreram danos materiais.
    "O dono de uma empresa de transportes ficou com três camiões incendiados", indicou.
    Na passada quinta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros activou as células de crise em vários consulados portugueses da região parisiense para dar protecção aos portugueses que se sentissem inseguros pelos incidentes em Franca que se prolongam há 11 dias.
    Contactados pela Lusa, os ministérios do Interior e dos Negócios Estrangeiros franceses disseram não ter qualquer comentário a fazer à medida anunciada pelo MNE português.
    Essa medida foi criticada na altura por vários portugueses residentes perto de Paris, que consideraram que essa atitude revelou "desconhecimento do que se passa no terreno" e que pode criar um "clima de medo" entre os emigrantes.
    Mais de 1.400 viaturas foram incendiadas na décima primeira noite consecutiva de tumultos, iniciados nos arredores de Paris a 27 de Outubro e que, entretanto, se estenderam a zonas urbanas de todo o território francês.
    Segundo um balanço definitivo da polícia francesa, na última noite, além de o número de veículos incendiados ter atingido o recorde de 1.408, foram efectuadas 395 detenções.
    Os distúrbios registados na última noite na região parisiense causaram 34 feridos ligeiros entre a polícia, anunciaram as autoridades.
    Os confrontos começaram a 27 de Outubro depois da morte de dois adolescentes filhos de pais imigrantes em Seine-Saint-Dennis, nos arredores norte da capital francesa.
    Agência LUSA
    2005-11-07 13:43:51
     



    O presidente do Conselho das Comunidades Portuguesas considera que o governo francês está a perder o controlo da situação de violência generalizada que grassa no norte de Paris há sete dias consecutivos.

    Em declarações à TSF, Carlos Pereira lembrou a condição degradada destes bairros na região de Seine-Saint-Denis e as enormes dificuldades em que as famílias vivem nesses locais.

    «Há uma taxa de desemprego muitíssimo elevada em cidades que foram feitas para que ninguém lá morasse. Lá existem torres onde estão muitas famílias muitas vezes sem trabalho, sem acesso ao ensino, sem transportes e nenhuma animação, onde nada se passa. Isso leva a uma situação explosiva», explicou.

    Carlos Pereira acrescentou ainda que em determinados destes locais a polícia não consegue entrar e que a vontade dos habitantes dessas regiões é apenas a de sair de lá.

    Este responsável confirmou que há portugueses neste tipo de bairros, mas sabe dizer se haverá jovens portugueses ou luso-descendentes envolvidos nestes confrontos.

    «Não conheço nenhum, porque é difícil estar a dizer se há ou não. Mas é natural que haja portugueses nestes confrontos. É provável que haja portugueses detidos, mas não se sabe, porque os luso-descendentes são franceses e portanto em qualquer anúncio são referenciados como franceses», disse.

    Carlos Pereira indicou ainda na generalidade dos casos por se tratar de pessoas muito jovens os seus nomes nem sequer são tornados públicos para «não prejudicar os jovens».

    Esta quinta-feira de madrugada verificaram-se diversos actos de violência em bairros a norte e leste de Paris, tendo-se mesmo registado tiros na região de La Courneuve.

    Houve veículos incendiados e mesmo a pilhagem de instalações da polícia em Aulnay-sous-Bois. Uma escola primária e um ginásio também foram incendiados.

    photo : rencontre avec le Maire d'Aulnay sous Bois, Gérard Gaudron et le député Portugais, Carlos Gonçalves à Aulnay sous Bois.

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  • "O gabinete de crise não serve para nada. O comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros portugueses não serve para nada. Nem as embaixadas, nem o Governo português se dignaram a conversar com os 220 vereadores da Câmara de Aulnay", contestou Paulo Marques, vereador da Cultura e do Desporto naquela edilidade, acrescentando que "as pessoas trancam-se completamente".

    Já do Ministério dos Negócios Estrangeiros a resposta foi conclusiva "Não temos implementadas medidas especiais porque estes incidentes não atacaram directa ou indirectamente os portugueses, depois de oito dias de violência", disse ao JN Carneiro Jacinto, assessor. Estamos em contacto com as Câmaras de lá e as embaixadas estão abertas se as pessoas precisarem. Portugal tem o seu maior dispositivo diplomático em França. Não queremos, de forma alguma, alarmar os portugueses". Recorde-se que há cinco mil portugueses em Aulnay.

    João Heitor, proprietário da livraria portuguesa "Lusophone", está no centro de Paris,longe das zonas mais problemáicas, mas igualmente apreensivo, e não apenas com o que se passa em França "Portugal deveria preocupar-se era com os problemas de integração que tem na Amadora e na Brandoa".

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  • Pelo menos 177 veículos foram incendiados e uma escola, um centro comercial e uma esquadra da polícia foram saqueados. Interpelados pelo Correio da Manhã, representantes da comunidade portuguesa afirmam não haver até ao momento casos conhecidos de jovens lusos envolvidos na violência.
    Mas o secretário de Estado das Comunidades, António Braga, garantiu que “caso os portugueses tenham problemas de insegurança devem contactar o consulado, embaixada e conselheiros das comunidades portugueses”, que já accionaram planos para o efeito.

    Photo : Le président du PSD en visite à Aulnay sous Bois le 05 Novembre 2005. Marques Mendes, Carlos Gonçalves et arrière, plan Paulo Paixão, Adjoint au Maire de Dammarie les Lys, membre de l'Association Civica.

    Um cenário de verdadeira guerra civil foi o que restou de uma noite infernal vivida em nove subúrbios da capital francesa. Pela primeira vez, os revoltosos usaram armas de fogo, facto que põe em relevo o provável envolvimento de grupos de crime organizado nos tumultos.
    “Estes são bairros onde já moraram muitos mais portugueses do que agora”, explicou ao CM Carlos Pereira, presidente do Conselho das Comunidades Portuguesas, salientando que se trata de bairros sociais degradados. Paulo Marques, vereador de Aulnay-sous-Bois, cidade onde ontem os confrontos foram mais violentos, explicou, por seu lado, que a maioria dos habitantes das zonas de conflito é magrebina. “Esta é uma cidade de 80 mil habitantes, cinco mil dos quais são portugueses”, afirmou, explicando que, “no bairro onde se deram os confrontos, a Roda dos Ventos, residem cerca de uma centena de portugueses”.

    O vereador luso salientou ainda a preocupação que se vive na comunidade lusa, mas mostrou-se convicto de que “não há portugueses envolvidos nos distúrbios”. Não há também, garantiu, casos conhecidos de empresários e comerciantes lusos directamente atingidos pelo rasto de destruição dos confrontos.
    (correio da Manhã)


    O presidente do PSD, Luís Marques Mendes, manifestou hoje em Aulnay-sous-Bois satisfação por não haver envolvimento de portugueses nos distúrbios verificados na periferia de Paris e elogiou a "serenidade" da comunidade portuguesa.
    "É uma satisfação saber que os portugueses não estão envolvidos", afirmou o líder social-democrata, após um encontro com cerca de 10 portugueses num restaurante em Aulnay-sous-Bois, uma das zonas afectadas pela violência das últimas noites nos subúrbios de Paris.
    Na reunião, promovida pelo conselheiro municipal desta localidade Paulo Marques, um empresário de transportes internacionais português, Mário Martins, revelou que três dos seus camiões foram incendiados na noite anterior junto às residências dos respectivos motoristas.
    "A situação está complicada e fomos obrigados a tomar medidas para reforçar a segurança na empresa", adiantou.
    No entanto, Mário Martins garantiu estar calmo, apesar do clima que se vive na região parisiense, que pela nona noite consecutiva registou vários incêndios e estragos em viaturas e edifícios causados por bandos de jovens.
    "Se não tivéssemos estas confusões estávamos melhor", notou o empresário.
    Por seu lado, Micael Barroso, outro jovem presente e antigo residente de um dos bairros mais complicados de Aulnay, o bairro da Rosa dos Ventos, reconheceu que existe "algum receio em sair à rua".
    Todos os presentes rejeitaram o envolvimento de portugueses nos distúrbios, o que agradou ao líder social-democrata, presente em Paris para participar na comemoração dos 30 anos da secção do PSD na capital francesa.
    Paulo Marques, igualmente militante do PSD e do partido francês UMP, mostrou-se "chocado" com a imagem que a imprensa portuguesa tem passado dos acontecimentos e com a protecção consular disponibilizada pelo ministério dos Negócios Estrangeiros aos portugueses residentes nesta zona.
    No final, o presidente do PSD enalteceu a comunidade portuguesa por ser "tão ordeira, tão serena, tão tranquila" e por acompanhar a situação "com preocupação mas também com serenidade".
    Acompanhado pelos deputados sociais-democratas Carlos Gonçalves e José Cesário, eleitos pela emigração, Marques Mendes explicou ter-se deslocado a Aulnay porque "a primeira coisa que um político deve fazer é informar-se", embora admitisse que não viu estragos pelo caminho No exterior do restaurante, era possível sentir um intenso cheiro a queimado e a algumas dezenas de metros encontrava-se pelo menos uma viatura em chamas, constatou a agência Lusa.
    Nas ruas de várias localidades na periferia de Paris circulavam carros de bombeiros e nas localidades vizinhas de Aulnay podiam avistar-se colunas espessas de fumo.
    Luis Marques Mendes deslocou-se a esta localidade depois de participar num jantar de comemoração dos 30 anos da secção do PSD em Paris, onde estiveram presentes cerca de centena e meia de pessoas.
    Durante um discurso, elegeu a comunidade portuguesa em França como "absolutamente exemplar" pela forma como "lutou contra adversidades e se afirmou pelo seu trabalho".
    "É o que tenho ouvido das autoridades locais e nacionais", declarou aos presentes.
    Agência LUSA
    2005-11-05 02:43:20

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  • O português Paulo Marques, vereador em Aulnay-sous-Bois, arredores de Paris e um dos locais mais atingidos pelos confrontos, desvalorizou, em Lisboa, os distúrbios que se registam em várias zonas de França há 12 dias.
    "Eu quero relembrar que em França, num só ano, são incendiados mais de 30 mil automóveis", disse Paulo Marques aos jornalistas no final de uma reunião com o secretário de Estado das Comunidades, António Braga.
    O vereador referiu que anualmente e por ocasião do Ano Novo e do 14 de Julho (Dia Nacional de França) são incendiados vários carros, só que estes distúrbios duram apenas dois dias e os confrontos actuais prolongam-se há 12.

    Segundo Paulo Marques, os distúrbios estão a atingir também as escolas e outros organismos públicos porque há "um aumento de violência" e "um interesse em demonstrar qual o bairro que será mais falado na imprensa".
    A intenção de pôr fim à economia paralela nos bairros mais problemáticos, falta de trabalho, discriminação racial e falta de integração na sociedade francesa são alguns dos motivos apontados pelo português que estarão na origem dos distúrbios, que começaram nos arredores de Paris e alastraram-se a todo o país.
    Paulo Marques, vereador em Aulnay-sous-Bois há dez anos, reuniu-se com o secretário de Estado das Comunidades com o objectivo de esclarecer a activação da célula de crise nos consulados em França para acolher portugueses com problemas, estrutura criticada por vários emigrantes e pelas próprias autoridades francesas.

    "O secretário de Estado informou-me que a célula de crise nunca foi activada, existindo um apoio nos consulados, que estão abertos para auxiliar os portugueses em caso de necessidade", disse.

    O vereador referiu que a reunião serviu também para informar o responsável pela pasta da Emigração sobre o que se está a passar em França.
    Paulo Marques acrescentou ainda que os portugueses estão integrados na sociedade francesa e desconhece que existam emigrantes com vontade de regressar a Portugal por insegurança.
    Destacou igualmente o facto de existirem em câmara francesas 230 autarcas de origem portuguesa, que têm dado apoio aos emigrantes.
    No final da reunião, o secretário de Estado das Comunidades não quis prestar declarações aos jornalistas.
    Desde o início dos distúrbios, a 27 de Outubro, já arderam ou foram vandalizadas mais de 5.000 viaturas em França, segundo os números fornecidos diariamente pelo Ministério do Interior.
    Os confrontos começaram depois da morte de dois adolescentes filhos de pais imigrantes em Seine-Saint-Dennis, nos arredores norte da capital francesa.
    Estima-se que em França residam cerca de 800 mil portugueses ou luso-franceses, dos quais meio milhão na região de Paris.
    Agência LUSA
    2005-11-08 18:34:06

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  • 01-09-2006 14:01:00.  Fonte LUSA.    Notícia SIR-8300562
    Temas:  política educação banca portugal frança

    Comunidades: Autarcas portugueses em França preocupados com novo passaporte

    Lisboa, 01 Set (Lusa) - O presidente da Associação dos Autarcas Portugueses de França (CIVICA), Paulo Marques, mostrou-se hoje "muito preocupado" com o Passaporte Electrónico Português (PEP) e alertou que os serviços de emissão nos consulados continuam sem funcionar.

    "Hoje de manhã ainda não estavam a funcionar os serviços de emissão dos dados biométricos na Grande Paris", disse Paulo Marques à Agência Lusa.

    O PEP foi lançado segunda-feira em Lisboa, tendo o Governo equipado 33 dos 134 postos consulares com os aparelhos para recolher os dados biométricos dos requerentes.

    Com o novo documento, os consulados vão deixar de emitir passaportes, passando apenas a recolher os dados biométricos, que são enviados para Lisboa, onde o documento será emitido.

    Sublinhando que há muito pouca informação sobre o PEP no estrangeiro, o autarca em Aulnay sous Bois indicou que as pessoas estão "cheias de dúvidas".

    "Querem saber o que vai acontecer, quantos dias vão estar à espera do PEP, uma vez que vão ser emitidos em Lisboa, e como podem pedir um passaporte agora", tendo em conta os problemas nos consulados, acrescentou.

    De acordo com Paulo Marques, "a solução que o Governo apresentou com o passaporte temporário não resolve todos os problemas, porque esse documento só serve para quem vai para Portugal. Quem quiser ir de férias para a Tunísia, Turquia ou Estados Unidos, não pode".

    O presidente da CIVICA lamentou ainda que "apenas um em cada cinco consulados é que esteja equipado com as máquinas para recolher os dados biométricos".

    A questão do Passaporte Electrónico Português esteve em cima da mesa num encontro que a CIVICA organizou quinta-feira em Coubron, perto de Paris, a pedido da comunidade portuguesa residente naquela região, e no qual esteve presente o deputado pela Europa, Carlos Gonçalves.

    No encontro estiveram ainda em debate a questão do fim das contas poupança-emigrante e o ensino do português no estrangeiro.

    "Não faz sentido que o primeiro-ministro venha a Paris apelar aos emigrantes portugueses para investirem em Portugal e depois acabar com as contas poupança-emigrante, que dava benefícios precisamente a quem investia em Portugal", sublinhou o autarca.

    Admitindo que essas contas estavam "ultrapassadas", Paulo Marques defende que o Governo deveria ter feito alterações suas às condições e não decretar-lhes um fim.

    Quanto ao ensino do português em França, Paulo Marques criticou a falta de interligação entre a coordenação do ensino, os professores, o movimento associativo e os autarcas.

    "Ainda não sabemos quando é que as aulas vão começar e muitos desconhecem, por exemplo, que as inscrições para o ensino do português são feitas em Janeiro", disse.

    Defendeu, por isso, mais comunicação entre a coordenação do ensino e as autarquias, que podem divulgar informação para a comunidade através do boletim mensal.

    "Há cinco mil portugueses em Coubron, mas, por falta de informação, apenas 50 jovens usufruíram do ensino do português no ano passado", sublinhou Paulo Marques.

    MCL.


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