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PS na Europa defenderam hoje a proposta de acabar com o voto por correspondência
Lisboa, 18 Set (Lusa) - Várias secções do PS na Europa defenderam hoje a proposta socialista de acabar com o voto por correspondência no estrangeiro, que vai ser debatida sexta-feira no Parlamento, sublinhando que são cometidas várias fraudes ao abrigo desse sistema.
Num comunicado a que a Agência Lusa teve acesso, o PS no Reino Unido afirma que a proposta de alteração da Lei Eleitoral restabelece a "verdade democrática, fomentando o verdadeiro exercício do direito de voto dos eleitores".
"Esta iniciativa do Partido Socialista (PS) consagra uma maior verdade democrática, fomenta a transparência e exactidão dos actos eleitorais e fomenta a participação activa do eleitorado emigrante", lê-se na nota.
O PS no Reino Unido mostra-se ainda disponível para "assegurar o desdobramento das mesas de voto pelas zonas onde se concentre a emigração portuguesa" naquele país, de forma a que "a larga maioria dos emigrantes não esteja mais distante do que 100 quilómetros de uma mesa de voto".
"Estamos convictos que mesas em Norfolk, South Coast (Bournemouth), Wales e West Middlands (Worchester) e Scotland (Glasgow) seriam suficientes para abranger a maioria da comunidade emigrante aqui residente", defende aquela secção, para quem as assembleias de voto deviam ficar instaladas nas câmaras municipais locais.
Em França, a secção do PS de Lyon aplaude a proposta de Alteração da Lei Eleitoral por considerar que "o voto por correspondência apresenta muitas falhas e pode originar muito facilmente situações de fraude".
O PS de Lyon apela a um "consenso em torno do voto presencial, porque é o único capaz de garantir a transparência e o rigor da votação".
Por seu lado, o PS de Bordéus afirma que o "voto presencial acaba com a vergonha que tem sido alguns membros de alguns partidos andarem a arrebanhar votos porta-a-porta e a preencherem os boletins de voto pelos outros eleitores".
"O voto presencial é mais real e verdadeiro porque pertence a uma só pessoa e põe fim ao voto em família, porque obriga os portugueses a envolverem-se directamente no acto cívico de votar", lê-se num comunicado hoje divulgado.
Na Alemanha, a secção do PS de Dusseldorf afirma que os "partidos políticos em Portugal têm ignorado uma situação que é conhecida de todos e que tem a ver com o facto de haver pessoas que preenchem o boletim de voto por outras".
Para aquela secção, o voto presencial é "a única forma de ser manifestada a vontade da pessoa em fazer uma escolha sem a interferência de terceiros".
O PS de Dusseldorf defende ainda um grande desdobramento das mesas de voto para que um maior número de portugueses possa exercer o seu dever cívico.
A Assembleia da República vai analisar e votar sexta-feira um projecto-lei do PS, que quer substituir o voto por carta dos residentes no estrangeiro pelo voto presencial.
Os emigrantes votam por correspondência para as eleições legislativas e europeias e participam presencialmente nos escrutínios para o Presidente da República e Conselho das Comunidades Portuguesas.
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